segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Nasci, morri, renasci

Caminhava eu de olhos vendados e, conseqüentemente, de passos perdidos sem nada ouvir e sem nada falar, sem rumo, sem saber de onde vinha e nem aonde chegaria.
Mas como sempre tive o coração sensível ao Bem, um irmão me reconheceu e me estendeu a mão para que eu não me perdesse. Agora, não sou mais induzido pelas paixões e vícios. Fui guiado inicialmente às reflexões.

Na Cam.˙. das RRef.˙., meus olhos, ansiosos por luz, foram desvendados. Encontrei-me sozinho e indefeso, num local escuro, sombrio e cheio de símbolos mortais. Não me assustei. Tranqüilo, deduzi que tinha de decifrá-los para viver. Porém, na medida em que refletia, o medo se aproximava. Um medo que parecia anunciar a minha morte. E a morte sorriu, ironicamente, para mim. Naquele instante, minha vida inteira passou como num filme, que a mente poderosamente transcodificou em um segundo retroativo, até o dia em que nasci. E agora? Estou sozinho, preso, não tenho nada nem aonde buscar nada, nenhuma força! Vou morrer? Quanto tempo ainda tenho? A ampulheta parecia delimitar o meu tempo. O tempo não tem templo nem o templo, tempo. Tudo ao redor olhava para mim como a conduzir-me à morte. Espetei o meu Test.˙.na ponta da Esp.˙. de quem não vi o rosto que, encapuzado, partiu. AFLIÇÃO! Lembrei-me de minha esposa e senti que ela rezava por mim; lembrei-me de meus filhos, conscientizei-me de que só tenho eles por mim e é para eles que deixo os meus bens. Lembrei-me de Deus; lembrei-me do meu pai e do meu irmão que só querem o meu bem, que por aqui passaram e não morreram. Não morreram? Senti Deus refazendo minhas forças, minha fé.

Agora, sou outro homem. Nasci de novo; nasci só para o Bem, em busca da Verdade para ajudar na construção do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.. A construção de um mundo justo e perfeito para mim, minha família, para os meus irmãos e para todos. Agora, sou útil e feliz em Deus.

O templo se estendeu. Todos aqueles símbolos que representavam a morte, agora simbolizam a vida; a vida real que não morre jamais. Quando o galo, atento e vigilante canta, anuncia o nascimento de um novo dia. Anuncia o nascimento de Cristo e também o meu renascimento para que, de agora em diante, cumpra o meu papel com vigilância e perseverança.

Teresina, 31/10/2008. E.˙.V.˙.

Marcos Carocas.`.
Apr.˙.M.˙.
do GEM Abdias Neves