quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Produção do GEM

A IGUALDADE

Igualdade é a inexistência de diferenças entre dois ou mais elementos comparados, sejam objetos, indivíduos, idéias, conceitos ou quaisquer coisas que se comparem.
Em sua concepção clássica, a idéia de sociedade igualitária começou a ser cunhada durante o Iluminismo, para idealizar uma realidade em que não houvesse distinção jurídica entre nobreza, burguesia, clero e escravos. Mais recentemente, o conceito foi ampliado para incluir também a igualdade de direitos entre gêneros, classes, etnias, etc.
Durante a Revolução Francesa, o termo igualdade compunha a palavra-de-ordem dos revolucionários, Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Juridicamente, a igualdade é uma norma que impõe tratar todos da mesma maneira. Mas a partir desse conceito inicial, temos muitos desdobramentos e incertezas. A regra básica é que os iguais devem ser tratados da mesma forma . Mas como devemos tratar os desiguais, por exemplo, os ricos e os pobres. Fala-se em igualdade formal quando todos são tratados da mesma maneira e em igualdade material quando os mais fracos recebem um tratamento especial no intuito de se aproximar aos mais fortes.
Igualdade formal, nascida com a Revolução Francesa e desenvolvida ao longo dos séculos XVIII e XIX, a igualdade formal consiste no aforismo todos são iguais perante a lei. Almeja submeter todas as pessoas físicas e jurídicas ao império da lei e do direito, sem discriminação quanto a credos, raças, ideologias e características socioeconômicas, opondo-se a privilégios legais baseados no status social e prestígio político.
Igualdade material, de influência socialista, desenvolvida a partir da segunda metade do século XIX, se volta a diminuir as desigualdades sociais, traduzindo o aforismo tratar os desiguais na medida da sua desigualdade, a fim de oferecer proteção jurídica especial a parcelas da sociedade que costumam, ao longo da história, figurar em situação de desvantagem, a exemplo dos trabalhadores, consumidores, população de baixa renda, menores e mulheres.Nesse contexto enquadra-se as leis de atendimento aos desiguais que visa o tratamento diferenciado a idosos, gestantes e pessoas com crianças de colo ou deficientes físicos,em filas, por exemplo.
A mais alta expressão do conceito de igualdade localiza-se no interior do templo maçônico, nele está o pavimento mosaico, colocado no piso do ocidente e formado por quadrados negros e brancos alternados que simbolizam:
Exotericamente, o ideal de convivência harmônica entre os elementos opostos, contrários ou desiguais (ateus e teístas, liberais e conservadores, negros e brancos, líderes e liderados, iniciados e profanos, ricos e pobres).
Esotericamente, a eterna luta, no Universo Manifestado, da dualidade ou polaridade (Luz e trevas, Bem e mal, Solar e lunar, Yin e Yang, Positivo e negativo, Matéria e espírito). A dualidade se traduz, em última análise, no privilégio da escolha, no dom do livre-arbítrio que nos foi concedido pelo Supremo Criador.Eis aqui vários pontos opostos que dominam o mundo relativo, sendo relativos do ponto de vista da consistência, existindo cada um deles unicamente em relação ao outro e dissolvendo-se na diáfana perfeição do absoluto, princípio harmônico e igualitário, infinitamente justo e bom o grande arquiteto do universo, que é Deus.
O simbolismo do pavimento mosaico denota-nos a seguinte definição resumida:
“Qualquer ação faz nascer uma reação, que vem logo estabelecer o equilíbrio momentaneamente rompido”
Da mesma forma que o piso o Céu maçônico não é igual, não há uniformidade: ele é escuro no norte onde ficam os Aprendizes, que ainda não conseguem suportar muita Luz porque vieram recentemente das trevas do mundo profano.No Sul há um pouco mais de luminosidade, lá ficam os irmãos companheiros e o irmão 2º vigilante que nos instrui olhando para o topo da coluna do norte. No Oriente a luminosidade é plena, pois é de lá que vem a Luz.
O nível é a jóia do vigilante da minha coluna de aprendiz. Ele representa a igualdade (nivelamento) que deve haver entre todos os irmãos da Loja e também, por extensão, entre todos os homens da Terra..Tem uma tradição e uma força muito grande dentro da simbologia maçônica.Como parte do triângulo, um dos tripés que sustentam toda a estrututra filosófica de nossa ordem, ele é o emblema de um dos maiores princípios da maçonaria.Aquele que foi emprestado para a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aquele que considera todos os homens iguais, independentemente de crenças religiosas, credos políticos, raças ou condição social. É o nível que nos faz tratarmos como irmãos, e, em nossos templos, sentarmos lado a lado, patrão e empregado, pai e filho, general e tenente, rico e pobre, sem nenhuma pretensão ou distinção.
HAYLTON MARCELO SOARES LIMA
APR.’. M.’.



BIBLIOGRAFIA

OUTEIRO ,M.J.Pinto.Do meio-dia à meia-noite compêndios maçônicos do primeiro grau.São Paulo:Madras, 2007.

CONTE,Carlos Basílio.A doutrina maçônica no grau de aprendiz.São Paulo:Madras,2005.

Um comentário:

Anônimo disse...

Irmãos do GEM Abdias Neves, mais um excelente texto postado neste precioso espaço. Gostei especialmente quando o irmão referiu-se à algumas das interpretações esotéricas do pavimento mosaico, infelizmente muitas vezes deixadas de lado em nossa Ordem em prol das visões meramente exotéricas. Deixo a todos meus melhores votos de paz profunda e um TFA. Eduardo Neves.·.