domingo, 19 de julho de 2009

Reflexões



Sou um devedor... Bem, a palavra devedor não se aplica bem a minha pessoa, o que se aplica mesmo é a palavra credor!
Emprestei aos meus amigos muito silêncio, quantidade imensa de impaciências e vultosas quantias de aborrecimentos.
Agora fico a cobrar tudo que emprestei, pois não é que termino por receber até com juros dobrados?
Como posso matutar com meus botões, Cadê a amizade de fulano? Para onde foi à paciência de sicrano? Porque se aborrece tanto beltrano? Ora, ora, eu os quebrei, meus juros foram altos demais.
Corri então para os livros de matemática, física, sociologia e filosofia, à procura de conselhos nas lições práticas das ciências exatas e nas lições filosóficas subjetivas dos sábios do passado e contemporâneos... Todo o processo de pesquisa terminou por bifurcar nos textos bíblicos de Mateus, capítulos 5 a 7.
Mas como posso ter passado por esses ensinamentos centenas de vezes, nas missas, nos cultos evangélicos, nas leituras da bíblia e quase nada ter colhido?
Tão forte fica em mim a certeza de que os amigos mudaram, pois sumiram e eu não tive culpa no processo, afinal sempre achei estar em ponto certo, pronto a servi-los. Assim a minha empáfia me consola e apazigua a minha consciência.
Reflito então o final do primeiro parágrafo deste texto e, passando a fazer a contabilidade na conformidade dessa ciência, registrando os ativos e passivos, verifico o livro contábil prudentemente, descubro que sou devedor de valores diferentes dos enumerados no parágrafo dois.
Os resultados positivos apresentados, na realidade, foram doações voluntárias dos que por mim têm amizade.
No rodapé do livro, campo reservado às observações, consta somente “Mateus 7:12”


Por João Sales Neto M.:M.:
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