quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Poesia do patrono

Olhos azuis

O olhar que os olhos teus agora inspira
com os seus clarões de cimitarra e alfanjes,
esconde sob trêmula safira
mistérios de um pagode hindu do Ganges.

É a causa suprema por que tanges
as sete cordas da divina Lira,
e é por ele que, embalde, te constranges
numa inocente e tímida mentira.

É azul. Tem a cor das águas mansas
e, como o olhar risonho das crianças,
fala, brinca, sorri, nos olhos graves.

Lembra um canto do céu, quando amanhece,
pois se deparo e fito me parece
que acorda o dia e estão cantando as aves.


Abdias Neves

Nenhum comentário: