segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Reflexões

Na caverna em que me encontrava

Após certo tempo de meditação e escuridão em que me encontrava, enorme era o desejo de obter a Luz. No entanto, antes desta, várias provas me aguardavam. A primeira e, talvez, a de maior importância em toda a liturgia de Iniciação, haja vista seu escopo, que é de conduzir, o então profano a uma verdadeira e profunda reflexão, sendo também a etapa final de uma vida, não sabia eu que estava prestes a adentrar em uma caverna e lá deveria deixar toda minha velha vida pra trás.

Mas quando chamado à C.˙. das R.˙., despojado de todas as meus metais e despido de todas as vaidades, senti uma enorme segurança, o timbre grave e intenso da voz que me convocou foi que causou em mim tal sensação, tive a certeza de que estaria seguro.

Paredes negras, escritos fortes, pão, água, o tempo representado, a vigilância e a perseverança, símbolos que visam conduzir o neófito até o mais profundo de seu eu e a verificar a fragilidade da vida humana, passando a valorizar as virtudes do homem, em detrimento do que avilte contra a moral e os bons costumes.

Lá chegando, pude perceber a profundidade de seus símbolos. A primeira idéia que me veio à mente foi a da morte. Concebi que o encontro com aquela temida senhora de preto estava próximo. À minha frente havia uma crânio e um estranho Test.˙.. Busquei meditar um pouco mais, e entendi que estava no limiar de uma nova vida; todo o passado já não importava mais. Constatei que me foi dada a oportunidade de deixar na C.˙. das R.˙. toda o meu pretérito — perfeito ou imperfeito — e que dali em diante não seria mais o mesmo Bruno de outrora, mas sim, um homem que a cada dia procuraria fazer o bem e ser melhor.

Esforcei-me em descer ao mais profundo do meu ser e tentei encontrar a minha pedra oculta, aquela que deveria trabalhar para aprimorar meu caráter, onde poderia construir uma nova personalidade. Em verdade, na ocasião, ainda tomado pelos vícios do mundo profano não consegui ir tão fundo quanto almejava mas, decerto, a Iniciação e a nova vida maçônica estão me ajudando nesta constante busca de tornar cúbica a minha pedra.

Bruno Cordeiro Bezerra

A.’.M.’.

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